Este é um tango boémio e visceral. Não tem o brilho dos cristais dos grandes salões; tem o fulgor afiado dos vidros partidos nas tabernas de marinheiros. Não tem a nobre suavidade dos veludos do pano-de-boca dos teatros prestigiados; tem a doce asperidade dos estofos encarnados dos antigos bordéis. Não tem a fresca efervescência do champanhe; tem o aroma intenso dum bom vinho novo de compositores como Paolo Conte ou Vinicio Capossela ou vinho maduro das colheitas de Renato Carosone, Fred Buscaglione, Adriano Celentano. Um passeio alegre por 50 anos da música italiana.

Sendo o horizonte acústico definido pela “maior distância, em todas as direções, até onde os sons podem ser ouvidos”, podemos sugerir que só além desse limite perceptivo existe silêncio, e que este é imaginado. O Silêncio torna-se assim um exercício de especulação e apresenta-se como o horizonte do som. Como podemos explorar criativamente este horizonte?

Nesta Oficina vamos falar sobre estas e outras ideias, ouvir atentamente os sons que nos rodeiam, gravar e editar alguns deles, para depois os "devolvermos" à paisagem.

Ricardo Jacinto tem vindo a apresentar desde 2014 o seu solo de violoncelo e electrónica com um foco especial na relação da música com a arquitectura e a paisagem sonora envolventes. Para este concerto traz mais uma vez a sua música de raízes minimais e repetitivas, onde o espectador é convidado a mergulhar lentamente na construção de ambientes sonoros que articulam o som acústico do violoncelo com o seu processamento electrónico.

Tradição de marionetas populares portuguesas com mais de 300 anos, continua a encantar e deliciar miúdos e graúdos com a sua narrativa de carácter cómico-satírico. Nesta sessão João Costa irá apresentar O BARBEIRO em formato de sala onde a subtileza e detalhes na manipulação das marionetas permitem uma maior interacção com o público. Assim veremos quem terá a coragem de enfrentar o humor satírico de Roberto.